Guia completo de análise de dados para criar dashboards estratégicos

Uma boa análise de dados começa antes de abrir o Excel, Power BI ou qualquer outra ferramenta. O primeiro passo é entender por que você está analisando e para quem. Só depois faz sentido falar em métricas, segmentações ou dashboards.

Ana Almeida

10/2/20253 min read

No mundo dos dados, não é quem faz mais planilhas que se destaca, mas quem resolve problemas, para isso é necessário fazer as perguntas certas.

Antes de abrir gráficos ou conectar bases, uma boa análise começa no porquê e para quem. Esse guia traz os passos essenciais para sair do caos de informações soltas e chegar a um dashboard estratégico que gera valor real.

Nos cursinhos por aí, os professores te dão uma base de dados maravilhosa e depois você segue um conjunto de instruções para realizar uma "análise". Mas funciona assim no mundo real? Você já recebe as bases prontas que precisa, sem erros ou dados em branco, com indicativos de quais colunas usar e quais análises fazer? Não mesmo.

Uma boa análise de dados começa antes de abrir o Excel, Power BI ou qualquer outra ferramenta. O primeiro passo é entender por que você está analisando e para quem. Só depois faz sentido falar em métricas, segmentações ou dashboards.

Este guia vai te mostrar o caminho — do objetivo inicial até a entrega de um painel que realmente gere valor e inspire ação.

O que você precisa definir logo de início:

1 - Defina o objetivo

Entender com todos os envolvidos qual é o problema é o primeiro passo e o mais importante, pois é aqui que você define onde quer chegar e com isso é possível definir o planejamento para os passos seguintes.

Normalmente, buscamos definir algumas perguntas que precisam ser respondidas ao longo da análise, então busque referências, legislações, pessoas envolvidas no processo, para entender melhor como esse processo funciona hoje, como ele deveria ser e busque uma solução que seja viável hoje e também caso o volume de dados aumente no futuro. Assim a solução será desenvolvida pensando no futuro.

Algumas ferramentas que podem ajudar nessa etapa são o brainstorming, canvas, diagrama de ishigawa, 5w2h, dentre outras. Sempre procure incrementar e utilizar diferentes ferramentas, assim você também expande seu conhecimento.

Exemplos de objetivos que já defini nas minhas consultorias:

  • Dar mais transparência para a gerência no andamento dos projetos de cada responsável.

  • Monitorar com mais frequência os acidentes em obras para diminuir suas ocorrências.

  • Facilitar o preenchimento das solicitações de horas extras.

  • Automatizar a apresentação dos dados semanais para apresentar à diretoria.

  • Explorar os motivos que estão reduzindo a receita da empresa.

2 - Identifique o usuário principal

Sei que você está ansioso para ir para os dados, mas ainda não.

Definir o usuário da informação vai te ajudar a entender qual é o nível de detalhe que o seu resultado precisa, se o usuário for do nível estratégico não adianta levar uma apresentação com cada linha analisada (a menos que o objetivo seja apresentar erros ou ocorrências que se destacam para o objetivo). Da mesma forma que apresentar para o operacional pode requerer um nível de detalhamento maior da informação.

3 - Verifique a frequência de atualização

A frequência (diária, semanal ou mensal) de acesso dessa solução será necessária para definir as ferramentas que serão utilizadas e a quantidade de dados que será processada.

Em uma consultoria que realizei, uma analista de RH precisava apresentar relatórios sobre salários. O processo era totalmente manual: atualizar várias planilhas no Excel, unificar dados e calcular métricas, mês após mês.

Na primeira etapa, buscamos entender como ela executava o processo e, em seguida, como os usuários consumiam a informação: conseguiam interpretar os números? Sentiam falta de algo? Desejavam receber de outra forma?

A base de dados já existia, mas estava mal aproveitada. Então redefinimos as métricas e escolhemos o Power BI para integrar as planilhas e apresentar os resultados de forma clara. Eliminamos etapas que eram pouco úteis para os usuários e reformulamos a apresentação, destacando apenas as principais diferenças em relação ao período anterior.

📊 O resultado foi um dashboard mais limpo, intuitivo e atualizado automaticamente, permitindo que a área de RH gastasse menos tempo em tarefas manuais e mais tempo em decisões estratégicas.

Conclusão do planejamento

Enquanto uns entregam números soltos, outros entregam clareza:

  • Muitos profissionais mergulham direto nas planilhas, criando gráficos bonitos, mas que não respondem a nenhuma pergunta relevante.

  • Os melhores analistas param antes, definem o contexto e constroem relatórios que se tornam bússolas estratégicas da empresa.

Agora, a parte legal

Veja no próximo post como fazer a coleta ideal dos dados, o tratamento e apresentação.